quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Velejada 09 :: Tarituba

Após 8 velejadas na represa, já era hora de levar a Luna para o mar. A oportunidade apareceu através de um convite de outro velejador, André Basso, para um encontro de vela, o Encontro de Vela Pop. Um grupo muito legal de entusiastas da vela; no melhor estilo faça você mesmo com criações supreendentes, de veleiros desde madeira tipo pram até trimarans desenvolvidos sobre caiaques. Simplesmente fantástico!

Deixo o link do face para quem quiser conhecer mais:

Tarituba é uma bela praia no Rio de Janeiro, entre Paraty e Angra dos Reis. Um lugar lindo formado por um Saco com ilhas na frente, formando um local bem abrigado para velejar e remar.
Longe de Sampa, 350 km tivemos uma longa viagem que serviu de teste também para a carreta da Luna.




Saímos após o almoço e em 6 horas de estrada chegamos lá cerca das 20h. A viagem foi tranquila sem nenhum incidente. Luna e sua carreta foram muito bem.

Chegando na pousada, encontramos o André voltando da praia, depois de uma rápida velejada com o Sussa, seu belo veleiro tipo Pram.




No dia seguinte um bom café da manhã e mãos a obra para colocar a Luna na água. O pessoal do encontro já estava na praia montando seus veleiros e saindo para a água.
A previsão do dia era de pouco vento, com chuva ao final do dia. Assim foi.
Saímos com zero vento e preferimos remar para passar os barcos ancorados e sair de perto da praia em procura por uma brisa.






Logo a brisa entrou e velejamos um pouco pela baía vendo o outros veleiros. O vento seguia fraco e saímos rumo a Ilha do Breu, uma pequena ilha em frente. Remamos até lá, aproveitando para treinar as remadas. Eu e a Julie remamos aprendendo a colocar o barco em velocidade constante. A Luna vai muito bem no remo, fizemos uma média de 1,5 nós, o que me pareceu bem razoável pelo esforço tranquilo de remar e considerando que o leme causa um arrasto. Quando eu forçava mais o ritmo cheguei facilmente a 2 nós. Gostei como a opção do remo para a Luna funciona bem na falta de vento.





Próximos a Ilha do Breu uma brisa entrou. Demos a volta na Ilha e voltamos para a baía. Nisso o pessoal estava aproveitando a brisa que aumentava para ir para a Ilha do Pelado um pouco mais adiante. Seguimos neste rumo e com o vento de través ganhamos velocidade chegando a 3 nós com picos de 4 nós. Rapidamente chegamos à ilha onde paramos por cerca de uma hora, par descansar e conversar com os outros velejadores.









O vento aumentou, as ondas cresceram e saímos da ilha com a ideia de pegar um vento forte e fazer um rápido retorno à Tarituba. Um pouco preocupado que as meninas (Paula e Julie) não se apavorassem com uma situação muito intensa.
No entanto, a volta aconteceu bem diferente. Saímos e logo o vento começou a diminuir.  Perdendo velocidade, optei por arribar um pouco mais para ganhar velocidade e dar um bordo quando me aproximasse do continente para ganhar altura, e continuar arribado. No entanto eu não considerei as ondas e quando dei o primeiro bordo, perdemos muita velocidade por ir contra as ondas. O vento seguiu diminuindo, o que complicou mais. Por sorte a Luna tem um bom perfil e vai bem contra as ondas. No entanto a pouca velocidade me impediu de dar o bordo novamente e tive que dar um jibe, o que custou mais, pois perdemos distância que já havíamos ganhado.
Com menos vento e as ondas nos levando para as rochas, comecei a remar novamente.
Assim remei por um bom tempo até chegar ao saco de Tarituba. Lá um vento entrou novamente. Um vento rajado da chuva que se aproximava. Aproveitamos um pouco ele, e por fim remamos para passar pelos barcos ancorados novamente e chegar a praia.
Tudo perfeito e ótimo até puxar o barco para fora d'água. Numa bobeada nossa a cana do leme ficou para fora do barco e ao puxarmos, ela enterrou na areia fazendo uma alavanca e quebrando a cabeça do leme. Um pequeno deslize que fica como aprendizado para a próxima.


À parte deste acidente a velejada foi fantástica! Conhecemos uma turma muito legal, que compartilha do mesmo entusiasmo e camaradagem que é característico do mundo da vela.


Descobri para minha alegria, que a Luna é um projeto feito para o mar, que é muito confiável e o fato de poder remar bem nela, a faz um barco para pequenas viagens de um lugar ao outro sem medo de ficar sem vento ou ter que contar com um motor. É a união da força dos ventos com a força dos braços mudando o aspecto do esporte que se torna um híbrido entre vela e remo. Outra coisa bacana foi remar com a ajuda da vela, em alguns momentos foi possível. Com o vento de través ou empopado a remada fica super leve e fizemos dois nós com muita facilidade.
No dia seguinte tomamos café e voltamos. Novamente tudo bem na estrada. Somente já aqui em São Paulo, levando o barco para sua casa, as ruas esburacadas e de paralelepípedo conseguiram fazer a porca que trava o plaqueiro soltar e este cair. Na hora ouvi, ia devagar, parei. Procurei a porca pela rua, encontrei, coloquei de volta e pude chegar a salvo.

Percurso: 5,6 milhas náuticas;
Tempo: 5h13min.
Velocidade média: 1,4 nós. (sem considerar o tempo parado na Ilha do Pelado - 1h)
Velocidade máxima: 4 nós.

Saldo da viagem:

  • Conhecemos uma turma fantástica;
  • Julie foi promovida a imediato. Manejou o barco e remou;
  • Paula aguentou toda a viagem muito bem, e ganhou a medalha do encontro de maruja pop!
  • Cabeça do leme quebrada;
  • Conector das luzes do reboque falhando.


Valeu muito a pena!!!

Agora vai ser difícil voltar para a represa. Antes aos reparos do barco.

Abaixo deixo um vídeo feito pelo André Basso que resume bem todo o encontro e velejada.