quarta-feira, 9 de março de 2016

Velejando na Ilhabela











Olá a todos!


Hoje resolvi falar um pouco da minha experiência de velejar na Ilhabela. Antes de falar da  Luna, vou contar um pouco sobre as minhas experiências anteriores.

A primeira vez que velejei na Ilhabela, foi a bordo de um grande veleiro de um amigo meu, o Bruno. Foi uma experiência incrível, pois até então eu só tinha feito algumas velejadas na Guarapiranga, à bordo de um Daysailer, desse mesmo amigo meu, onde tive o primeiro contato com o mundo da vela.

Neste veleiro, um Fast 40, batizado de Travessura, fizemos inúmeras velejadas na Ilhabela, no canal, para Castelhanos, para Juquehy, para Santos e para o Rio. Uma vez até participamos da regata de Alcatrazes na semana de vela. Aí aprendi muito sobre velejar, sobre navegar, ancorar e a viver à bordo, graças aos ensinamento do Bruno. Claro que com um veleiro desse porte, muito se faz com o uso do motor, que é de grande ajuda e conforto.

Depois foi a vez do windsurf. Velejar de windsurf é estar totalmente exposto às condições climáticas, sentir a direção do vento na cara, as ondas, a correnteza e o tráfego náutico ao seu lado. Normalmente se veleja com ventos de 15 nós para cima e a adrenalina corre solta. Na Ilhabela, os locais do windsurf são a Ponta das Canas e a praia da Armação para o vento leste, e a praia do Engenho ou o Perequê para o vento sul. O que logo se percebe velejando de windsurf é a correnteza, que a cada queda te leva para além de sua posição, além do efeito do vento também. No caso da Ilhabela, o canal gera uma correnteza forte e você deve lidar com ela constantemente.

Com toda essa experiência anterior e paixão pela Ilhabela, é claro que queria levar a Luna para lá e velejar com ela. A grande brincadeira de um barco como a Luna, é não usar o motor,  e para isso temos os remos e o modo como o barco foi desenhado para ter um desempenho razoável no remo e na vela.

Bom finalmente, em julho do ano passado consegui levar a Luna alguns dias para a Ilhabela, por acaso na época da Semana de Vela. Tivemos dois dias de velejada com poucos ventos e irregulares, mas foram velejadas deliciosas.


Velejada 01: Praia da Siriúba



No primeiro dia fomos para a Siriúba. Havia um vento leste fraco, e a Siriúba dá condições fáceis de colocar o barco na água, pois permite o acesso com o carro para levar a carreta atá a areia.

Saímos com um vento fraco, mas constante velejamos por um bom tempo, mas na volta pegamos a correnteza contra, que estava forte, ao mesmo tempo que o vento parou. Comecei a remar, mas tivemos dificuldade em avançar contra a correnteza. O Bruno, com seu bote, nos deu uma carona de volta à Siriúba. Chegando lá o vento voltou, e velejamos mais um pouco, aí sim, sem problemas com a correnteza, pois tinhamos potência suficiente.








Tempo: 2h30min.
Distância: 3,3 M.N.
Velocidade média: 1,3 nós
Velocidade máxima: 3 nós





Velejada 02: Praia do Engenho


Neste segundo dia de vela, havia entrado um vento sul e fomos para a praia do Engenho. Excelente acesso, porque tem um estacionamento de um antigo restaurante, ao lado da praia. Montamos a Luna e saímos numa velejada bem tranquila, observando a regata passando e aproveitando o bom vento de sul.


Os ventos sul, são bons pela regularidade e velocidade constante, deixando a velejada bem previsível. Levamos a criançada junto e foi muito divertido. Logo apareceram nuvens de chuva e resolvemos voltar para a praia. Enquanto desmontava o barco,  apareceu um pessoal que reconheceu a Luna aqui do blog. Um pessoal de Itajaí que também constrói veleiros de madeira. Foi muito bacana conhecê-los e dividir nossas experiências.


Tempo: 45 min.
Distância: 1 M.N.
Velocidade média: 1,3 nós
Velocidade máxima: 4 nós




Em resumo, velejar na Ilhabela é muito bom, não é a toa que é a capital da vela. A paisagem é maravilhosa, há muito lugares para sair e chegar com o barco, e é um local para muito se aprender velejando. Com os barco pequenos e suas limitações é importante evitar a velejada em áreas de tráfego intenso de embarcações, como a travessia de balsas. É sempre importante observar o vento e a correnteza para usá-los a seu favor na sua navegação. Eu acredito cada vez mais, que é bem mais interessante velejar uma rota determinada do que apenas velejar a esmo. Claro a segunda opção é bem mais tranquila, mas a primeira é bem mais desafiadora e traz um conhecimento que te dará liberdade para velejar mais longe aproveitando mais a sua embarcação.

Meu sonho seria dar a volta na Ilhabela com a Luna, em uma viagem de dois ou três dias. Antes preciso fazer viagens menores, de um dia, para ganhar experiência. Talvez uma viagem em um local com menos correnteza, como de Paraty até o saco Mamanguá. Quem sabe...


Bons ventos e até a próxima!








terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Escrevendo melhor sobre vela e construção naval.

Parece que cada vez está mais difícil atualizar este blog. Faz três meses que eu escrevi aqui da última vez.


Após todo esse tempo sem escrever aqui, ao menos tive um pouco de tempo para refletir sobre minhas postagens aqui. Postar toda vez sobre uma velejada na Guarapiranga parece ser um pouco monótono. Seria mais interessante escrever sobre questões mais interessantes.
Decidi que a partir de agora, postarei sobre velejar em um local específico, comentando como é velejar em tal local, tentando descrever a minha experiência no local, e sobre questões de manutenção e melhorias.
Portanto além dessa postagem, farei uma sobre a Guarapiranga e outra sobre a Ilhabela. Já velejei também em Tarituba, mas acho que minha postagem sobre essa velejada já traz a informação suficiente.

Para fechar essa postagem, farei um resumo das minhas reflexões sobre os últimos dois anos.

A princípio posso dizer que as velejadas durante o ano, não foram na quantidade que eu desejei, ao menos uma vez ao mês.
Meu desejo de fazer uma velejada com rota de um lugar a outro, também não foi realizado. Uma meta que requer mais planejamento e que eu pretendo alcançar neste ano.

Com o fim de ano e tudo acabei por fazer uma revisão das velejadas de 2015 e 2014.

Eis o resumo:


  • 2014:
    • 6 velejadas na Guarapiranga;
    • 1 velejada em Tarituba;
    • Um pique da vela perdido e reposto;
    • Cabeça do leme quebrada.
  • 2015:
    • 4 velejadas na Guarapiranga;
    • 2 velejadas na Ilhabela;
    • Cabeça do leme reparada.
  • Resoluções para 2016:
    • Velejar 1 vez ao mês;
    • Velejar mais fora de SP;
    • Fazer uma viagem com o barco;
    • Manutenção do barco;
    • Melhorias no sistema de controle da vela.
Vamos ver se estou muito otimista ou não para cumprir as metas deste ano.

Bons ventos a todos!!