O dia estava ótimo, sol não muito forte, vento de SE mais constante e menos rajado.
A princípio ia velejar no sábado também, mas o vento estava fraco e a represa lotada de plantas flutuantes que impediam de velejar. Segunda-feira no entanto as condições estavam ótimas.
Começamos com cerca de 4 a 5 nós bem tranquilo e aos poucos, no avançar da tarde o vento foi crescendo para cerca de 6 a 7 nós.
Subimos a represa na direção oposta à barragem num contravento bem gostoso. Almoçamos a bordo, navegando e conforme o vento aumentava ganhávamos velocidade.
Surgiu então uma regata de veleiros Star, muito bonita, que acompanhamos toda. Nada melhor que acompanhar uma regata de um veleiro, andando ao vento junto.
Após a regata já levávamos umas três horas velejando o vento estava ótimo e eu queria ganahr uma pouco mais de contravento para então, voltarmos em uma perna arribados fechando a velejada com chave de ouro.
Foi neste momento que o pau da espicha, ou o pique, se soltou da vela e caiu na água. Tudo muito rápido, não conseguimos pegá-lo. Ficamos com meia vela, mas isso não nos impossibilitou de dar uma volta para tentar pegar o pau da espicha. No entanto o que parecia fácil foi se tornando difícil. Com meia vela o barco não tinha velocidade suficiente para cambar e para dar uma volta. Assim tive que dar jibes para fazer as manobras e com isso não consegui avançar suficientemente rápido para alcançá-lo. Na primeira tentativa chegamos muito perto, mas por pouco não chegamos. Após algumas tentativas fomos nos afastando do pau. Tentamos então remar, mas remar com vela em cima e vento não dá muito certo, anão ser que você queira ir em direção favorável ao vento.
Chamei o pessoal da marina (Pêra Nautica) para nos resgatar e fazer uma última tentativa de encontrar o pau da espicha. Nada feito.
Assim voltamos à marina rebocados e perdemos o pau da espicha. Agora mais um mês construindo uma nova espicha.
Bom o resultado de nossa aventura? Muitas lições aprendidas:
- Amarrar bem e verificar é fundamental. Quando eu amarrei a vela ao pau antes de sair na água, achei que não estava excelente, mas deixei como estava. Euforia de velejar logo, não deixar ninguém esperando muito... nunca mais;
- Certamente colocar uma corda extra de segurança nessas peças é fundamental para que elas não caiam na água;
- Aprendi que o barco veleja muito bem com meia vela. Se eu não tivesse chamado a marina poderia muto bem ter voltado em segurança, apenas com velocidade reduzida. Com este barco não tem rizo na vela, a única maneira de reduzir pano depois de soltar o pau da espicha é retirá-lo e usar meia vela. Ela dobra sozinha muito bem e funciona legal. Isso me dá mais confiança no barco;
- Remar com vela em ciam, somente sem vento. Se não tem que baixa a vela e mastro;
- Preciso que minha tripulação tenha maior domínio do barco para que eu possa ter mais liberdade de passar o comando à alguém;
- Preciso testar a subida no barco de dentro da água. Na situação passada se eu pudesse deixar alguém no comando e estando seguro da subida no barco, poderia ter pulado na água para resgatar o pau;
- Apesar de estar com o GPS comigo não fiz uso dele para marcar a posição onde a peça caiu e me orientar dentro da água. Nem a marina eu tenho plotada no GPS! Preciso utilizar melhor o equipamento;
- Preciso de um rádio. Em outro local em que o celular não tivesse sinal, ficaria sem meios de comunicação.
Bom lições aprendidas, deixo algumas fotos e vídeos da velejada que foi fantástica!
Um abraço e bons ventos!